sábado, setembro 30, 2006

A preservação secreta do Espírito Santo

A razão de não sucumbirmos, mesmo entre os severos conflitos, nada mais é que, recebemos o cuidado do Espírito Santo. Realmente, Ele nem sempre põe sobre nós o seu poder de um modo evidente e notável, (pois Ele nos aperfeiçoa em nossa fraqueza), mas é suficiente que Ele nos socorra, ainda que sejamos ignorantes e inconscientes disto, que Ele nos sustenta quando nos humilhamos, e ainda nos levanta quando caímos.

Extraído de John Calvin, in loci: Sl 73:23, The Works of John Calvin, in: Ages Digital Library

Perseverança final

De fato, vemos que sob o Papado uma diabólica opinião prevalece, que somos obrigados a duvidar de nossa perseverança final, pois somos incertos de que se poderemos estar amanhã em algum estado de graça. Mas, Pedro não nos conduz em suspense, pois ele testifica que somos mantidos pelo poder de Deus, a fim de que nenhuma dúvida surja de uma consciência de nossa própria fraqueza, que pudesse inquietar-nos. Por mais fracos que possamos ser, nossa salvação não é incerta, pois ela é sustentada pelo poder de Deus. Assim, somos iniciados pela fé, e a própria fé recebe a sua estabilidade do poder de Deus. Conseqüentemente é sua segurança, não apenas para o presente, mas também para o futuro.

Extraído de John Calvin, in loci, The Works of John Calvin.in: Ages Digital Library

A falha na Apologética de Cornelius Van Til

Uma das fraquezas nos próprios escritos de Van Til é a ausência de argumentos específicos. Van Til afirma que há um “argumento absolutamente seguro” para o Cristianismo, mas raramente ele produz um exemplo, com exceção na demonstração do esboço. Estou bem menos inclinado a reivindicar um “argumento absolutamente seguro” por motivos que apresentarei. Mas este livro inclui alguns exemplos específicos de raciocínio que o leitor está livre para criticar ou emular.

Extraído de John M. Frame, Apologetics to the Glory of God, p. xii

sábado, setembro 23, 2006

Abraham Kuyper

Abraham Kuyper foi o primeiro que entendeu a soberania das esferas novamente como um princípio criacional e por onde fundamentalmente separado da perspectiva historicista da sociedade humana. Em sua formulação inicial desta idéia, todavia, se encontravam traços de uma confusão entre soberania das esferas com a autonomia municipal e provincial fundada na história holandesa. Quando classificou as várias esferas soberanas inclui as municipalidades e provinciais com a família, a escola, a ciência, a arte, a empresa econômica e assim consecutivamente. As municipalidades e as provinciais, todavia, não são esferas soberanas, senão verdadeiramente parte "autônomas" do Estado, e os limites de sua autonomia são independentes dos requerimentos da totalidade, as necessidades do bem comum. A autonomia é autoridade delegada a uma parte pelo todo.

Extraído de Herman Dooyerweerd, Las Raíces de la Cultura Occidental, p. 55

sexta-feira, setembro 22, 2006

O que é o coração?

O coração representa o centro unificador de toda a existência do homem, o ponto de concentração espiritual de todo o nosso ser, o aspecto interior reflexivo que estabelece a direção a todas as relações da nossa vida. É a vertente de todos os nossos desejos, pensamentos, sentimentos, do nosso agir, e de toda expressão da vida. É a fonte principal da que flui todo o movimento do intelecto do homem, das suas emoções e da sua vontade, como também toda "faculdade", ou modo da nossa existência. Em resumo, o coração é o mini-eu. O que possui o meu coração, me possui totalmente.

Extraído de Gordon J. Spykman, Teologia Reformacional, p. 242

segunda-feira, setembro 18, 2006

Toda doutrina é em propósito essencial

Um ensino das Escrituras pode ser considerado como não essencial para a salvação e, no entanto, ser muitíssimo importante para outro grande e gracioso propósito na economia de Deus, isso pode ser necessário para o nosso conforto pessoal, para nos direcionar no modo de viver a nossa vida, para o nosso crescimento em santidade e, ainda mais, ser essencial para a totalidade do sistema da verdade divina.

Extraído de John W. Robbins, ed., The Church Effeminate, p. 32

Evidência do Batismo com o Espírito?

O conceito de que um dom particular (por exemplo, línguas) é (quase) o invariável acompanhamento que serve para evidenciar o Batismo com o Espírito, (geralmente) como uma experiência após a conversão, não encontra real apoio no Novo Testamento e de fato, concorre contra o seu ensino sobre batismo (dom) do Espírito Santo. Nenhum dom pode reivindicar uma posição de "privilégio", ou ter o seu lugar na vida da igreja mantendo como se fosse um componente de uma "segunda benção", ou uma teologia do batismo do Espírito.

Extraído de Richard B. Gaffin, Jr., Perspectives on Pentecost, p. 50

Tentando amaldiçoar a Deus

Todo pecado é uma espécie de amaldiçoar a Deus no coração. O homem tenta destruir e banir Deus do coração, não realmente, mas virtualmente; não na intenção consciente de cada pecador, mas na natureza de cada pecado.

Extraído de Stephen Charnock, The Existence and the Attributes of God, vol. 1, p. 93

sexta-feira, setembro 15, 2006

Dons para a inspiração

O Espírito Santo forneceu aos profetas e apóstolos, comos instrumentos escolhidos, dons para que fossem diferenciados da graça ordinária, para dar na forma humana de falar uma revelação para que fosse aceita como Palavra de Deus em todo o seu conteúdo, e com a autoridade orientadora para a doutrina e conduta.

Extraído de George Smeaton, The Doctrine of the Holy Spirit, p. 152.

O testemunho do Espírito

O testemunho do Espírito pode ser definido como uma clara certeza e vivificadora influência do Espírito Santo, iluminando os efeitos e evidências da regeneração conforme eles aparecem no exercício daquelas graças num cristão, de modo a fazê-los esclarecidos e seguros na consciência.

Extraído de C.R. Vaughan, The Gifts of the Holy Spirit, p. 293.

quarta-feira, setembro 06, 2006

A livre graça de Deus

Deus não foi induzido a dar a sua graça ao pecador, em primeira instância por haver visto algo meritório, ou atrativo no pecador que se arrepende; portanto, a subsequente ausência de todo bem no pecador não pode ser um motivo novo para que Deus retire dele a sua graça. Quando Deus conferiu a sua graça ao pecador, ele sabia perfeitamente que o pecador era totalmente depravado e odiável; portanto, nem a ingratidão, nem a infidelidade por parte do pecador convertido pode ser motivo que induza a Deus de mudar de opinião, ou seja, para retirar sua graça. Deus disciplinará tal ingratidão e infidelidade retirando temporariamente o seu Espírito, ou suas misericórdias providenciais; mas se o seu propósito desde o princípio não fosse de suportar tais pecados e perdoá-los em Cristo, ele não teria sequer chamado ao pecador. Em outras palavras, as causas pelas quais Deus determinou conferir o seu amor eletivo ao pecador se encontram totalmente Nele, e não no crente; consequentemente, nada no coração, ou na conduta do crente pode finalmente alterar esse propósito divino.

Extraído de R.L. Dabney, Lectures in Systematic Theology, p. 690-691

quinta-feira, agosto 31, 2006

Deus controla cada detalhe

Mas, Deus controla não apenas o curso da natureza e dos grandes eventos da história. Como temos visto, Ele se envolve com cada detalhe também. Assim, encontramos na Escritura que Deus controla o curso de cada vida humana. Como poderia ser diferente? Deus controla todos os eventos naturais em seus mínimos detalhes, incluindo os aparentes eventos fortuitos. Ele controla a história das nações e da salvação humana. Contudo, estes governam uma grande extensão de eventos da nossa vida diária. Mas, se do contrário, Deus não controla um vasto número de vidas humanas individualmente, seria difícil imaginar como Ele conseguiria controlar os grandes desenvolvimentos da história.

Extraído de John M. Frame, The Doctrine of God, p. 59

quarta-feira, agosto 30, 2006

A inspiração e os escritores

Inspiração é aquela influência do imanente Espírito Santo que acompanha todo pensamento, e sentimento, e impulso, e ação do sacro escritor envolvido na função de escrever a palavra, e que dirige-lhe na seleção e elocução da verdade - que é, em sua concepção e em sua expressão verbal - de modo que a mente de Deus em premissas foi expressa com infalível acuricidade.

Extraído de A.A. Hodge, Evangelical Theology - Lectures on Doctrine, p. 78

sexta-feira, agosto 25, 2006

A Trindade e a nossa redenção

A doutrina da Trindade é o único modo pelo qual as nossas mentes humanas podem conceber a aplicação da expiação que Cristo fez pelos nossos pecados. Seria difícil para nós, sem esta doutrina, conceber o fato de que uma Pessoa que é "infinita, eterna e imutável em seu ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade", uma Pessoa que possuí todos os Seus essenciais atributos da Deidade, literalmente, tornando-se um membro de nossa raça na história; que uma Pessoa apresentou para a nossa raça humana o amor de Deus numa vida terrena; e que nós, a raça humana, pregamos-Lhe na cruz, pendurando-O ali, e ainda zombamos e ridicularizamos dEle; que literalmente, Ele tomou os nossos pecados no Seu corpo sobre o madeiro, que perdoava enquanto morria, onde merecíamos ser lançados para a punição eterna; literalmente, Ele foi ao lugar da morte, enquanto o Seu corpo desceu ao sepulcro; que, literalmente, Ele levantou da morte em Seu corpo ressurrecto, e que semelhantemente nós seremos em nossa ressurreição; Ele ascendeu para uma "terra distante a fim de receber o seu reino", e que Ele "retornará" (Lc19:12), e reinará em Seu reino - seria impossível para as nossas mentes compreender todos estes fatos, centralizados na obra expiatória de Cristo, exceto se o entendermos nos termos da Divina Trindade. "Pois, Deus [o Pai] amou o mundo de tal maneira que deu o Seu único Filho [a Segunda Pessoa da Trindade] para que todo aquele que nEle crê [através da convicção e capacitação do Espírito Santo, Jo 16:8; Ef 2:8] não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3:16).

Extraído de J. Oliver Buswell, Jr., A Systematic Theology of the Christian Religion, vol. I, p. 128

quinta-feira, agosto 24, 2006

Calvino e o Presbiterianismo

João Calvino ensinou que a forma de governo presbiteriana é a mais bíblica. Aqui os presbíteros (presbyteroi) têm que ser eleitos pela congregação, governar a igreja sob a liderança de Jesus Cristo (Institutas IV.3:1-16, Comentário de 1 Pedro 5:1-4; Atos 14:23). A Palavra de Deus reveste de autoridade apenas estes homens, que são dotados pelo seu Espírito para servir (Comentário de 1 Timóteo 2:11-3:16; Institutas IV.11:1).

A forma de governo presbiteriana, disse Calvino, foi fundada, à princípio, no Antigo Testamento (Êxodo18:13ss; Números 11:16ss). E, então ela foi usada pelos apóstolos no Novo Testamento (Institutas IV.3:1-16). Além disso, ela foi o governo bíblico usado na verdadeira igreja desde os dias dos apóstolos. Neste sistema de governo há uma série de tribunais: na nível local há o Conselho (ou Consistório); o seguinte é o Presbitério (ou Classe [neste nível "A Comunhão de Pastores de Genebra" que se reuniam regularmente e examinavam os candidatos ao ministério]); finalmente, há a Assembléia Geral ou Sínodo (o mais alto tribunal eclesiástico), que se reúne somente em ocasiões indeterminadas (Institutas IV.8:9; Comentário de Atos 15:6). De acordo com Calvino, que o Catolicismo Romano antes de se tornar corrompido era o bíblico presbiterianismo (Institutas IV.5-7).

Extraído de W.Gary Crampton, What Calvin Says, p. 96

quarta-feira, agosto 23, 2006

A nossa morada eterna

A nossa última e eterna morada não será o lugar onde os cristãos que estão mortos vivem atualmente com Cristo. A cidade dos santos, a Nova Jerusalém, a santa cidade cheia de rios e jardins, a cidade sem templo, porque ela toda é um templo; essa cidade é a que o apóstolo João descreve em Apocalipse 21:2. Ele disse que viu "descer do céu, da parte de Deus, um novo céu e uma nova terra." É em nosso atual mundo purificado e glorificado que viveremos para sempre com Cristo e caminharemos na sempiterna luz da glória do Cordeiro.

Extraído de Angus MacLeod, El fin del Mundo, pp. 18-19

terça-feira, agosto 22, 2006

O Espírito da oração

Se a nossa vida de oração é monótona e enfadonha, se é pesada, se sentimos que não estamos em contato com Deus, como se as nossas orações não chegassem a Ele, se não sabemos para que orar, se a oração não é um meio poderoso em nossa vida, então podemos recorrer ao Espírito da oração e pedir-lhe que venha a nossa vida, de forma mais plena, para ajudar-nos nesta debilidade. Se assim fizermos, com fé e esperança, Ele virá a nós e revolucionará a nossa vida de oração. Porque Ele é o secredo da oração, do mesmo modo que é o secredo de toda a vida santa. Sem Ele nada podemos fazer. Mas, com Ele podemos ser transformados e viver vidas que sejam expiritualmente ricas, ativas e alegres.

Extraído de Edwin H. Palmer, El Espíritu Santo, pp. 194-195

sábado, agosto 19, 2006

Um ofício em duas funções

A Escritura faz a distinção entre presbíteros regentes (1 Tm 3:4-5; 1 Tm 5:17) e presbíteros docentes (1 Pe 5:1). Todavia, isto não significa que um seja superior ao outro. Como estas passagens demonstram, não há uma distinção absoluta entre estes ofícios. Presbíteros regentes também devem ser capazes de ensinar (1 Tm 3:2), e presbíteros docentes “que se afadigam na palavra e no ensino” também governam (1 Tm 5:17).

Extraído de Ronald Hanko, Doctrine according to Godliness – A Primer of Reformed Doctrine, p. 240.

A razão da nossa fé

O inquiridor pergunta por uma razão, ou, como podemos dizer, ele pergunta pela lógica de nossa esperança; e precisamos estar preparados para dar a lógica e razão da nossa fé. Não somente conceder tal réplica, mas manter com santa dignidade e importância a mensagem cristã, e as perguntas que nos são feitas, tornando-as uma oportunidade que não podem ser desperdiçadas.

Extraído de Gordon H. Clark, Peter Speaks Today – A Devotional Commentary on First Peter, p. 118

segunda-feira, agosto 14, 2006

O propósito da Bíblia

A Bíblia é a Palavra de Deus - isto é a principal coisa a saber a seu respeito. Não podemos por nós mesmos encontrar a Deus. Ele se revela, e é confiável, em suas obras. "Os atributos invisíveis de Deus, assim como o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das cousas que foram criadas" (Rm 1:20). Mas, precisamos conhecer muito mais do que o seu "eterno poder e divindade". Somos pecadores, e necessitamos conhecer a sua bondade e os meios que Ele forneceu para salvar-nos. Este é o tema da Bíblia. A Bíblia nos revela o caminho da salvação. O caminho apresentado no Antigo Testamento; e, no Novo Testamento, na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, é realizado este maravilhoso plano. Não poderíamos descobrí-lo por nós mesmos. "Porque qual dos homens sabe as cousas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as cousas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus" (1 Co 2:11). Se vamos conhecer a Deus, Ele precisa falar-nos. Ele nos fala na Bíblia.

Extraído de J. Gresham Machen, The New Testament - An Introduction to its Literature and History, p. 16

Teologia Sistemática e Bíblica

A Teologia Bíblica ocupa uma posição entre a Exesege e a Sistemática na enciclopédia das disciplinas teológicas. Ela difere da Teologia Sistemática, não porque seja mais bíblica, ou por aderir mais estritamente as verdades da Escritura, mas em que o seu princípio de organizar o material bíblico é mais histórico do que lógico. Considerando que a Teologia Sistemática usa a Bíblia como um todo completo e empenha-se em exibir o seu completo ensino numa forma ordenada e sistemática, a Teologia Bíblica divide os assuntos a partir da perspectiva histórica, buscando demonstrar o crescimento orgânico ou desenvolvimento das verdades da Revelação Especial da primitiva Revelação Especial pré-redentiva entregue no Éden até o fechamento do cânon do Novo Testamento.

Extraído de Geerhardus Vos, Biblical Theology, p. v-vi

sábado, agosto 12, 2006

As duas naturezas de Cristo

Nos versículos iniciais da maior de suas epístolas o apóstolo Paulo apresenta-nos os dois lados do ser do nosso Senhor com perfis claros para a nossa compreensão. Reduzido a seus termos inferiores, o que nos diz aqui é que por um lado de seu ser, o nosso Senhor era o "Filho de Davi", e pelo outro lado era o "Filho de Deus". Estes dois lados do ser os chama respectivamente de "segundo a carne" e "segundo o Espírito de santidade" que pode ser parafraseado de modo breve, respectivamente, como o humano e o divino. Mas, não nos permite que concluamos que estes dois lados do ser de nosso Senhor eram igualmente originais nEle. Pelo contrário, nos declara que o lado humano tinha um começo histórico, enquanto que o divino conhecia somente um estabelecimento histórico: o nosso Senhor feito - veio a ser (genómenos) - da semente de Davi, segundo a carne; foi "designado" - marcado como (horisthéntos) - o "Filho de Deus" pela ressurreição dos mortos. Fazendo-se homem, trouxe a vida e a imortalidade à luz, e deste modo se mostrou mais do que homem, e não menos do que o "Filho de Deus". A exaltação humana mais elevada é a messianidade, mas a sua messianidade era o lado inferior da sua majestade. Para que pudesse ser o Messias teve que descer do seu estado prévio de glória divina. Assim claramente o apóstolo apresenta o nosso Senhor como essencialmente o "Filho de Deus", e esta filiação de Deus como essencialmente consubstancial com Deus.

Extraído de B.B. Warfield, El Señor de la Glória, pp. 246-247

sexta-feira, agosto 11, 2006

É impossível definir o incompreensível Deus

Qualquer definição ou descrição de Deus que falhe em considerar esta incompreensibilidade de Deus poderia destruir a verdadeira idéia de Deus. O que não pode ser comparado, também não pode ser definido. Nem é possível encontrar o genus [do latim: qualidade] de tão boa definição do próprio Deus.

Extraído de Herman Hoeksema, Reformed Dogmatics, vol. 1, p. 71

O dever de sistematizar as verdades de Deus

Deus certamente vê a verdade como um todo, e é o dever do teólogo pensar as verdades de Deus segundo a mente divina. Deve existir um constante esforço para considerar a verdade como Deus a vê, ainda que seja perfeitamente evidente que o ideal esteja além do domínio do homem em sua presente condição.

Extraído de Louis Berkhof, Introdución a la Teología Sistemática, p. 1

As palavras são o que são na Palavra de Deus

A concepção ortodoxa da inspiração também declara que a revelação bíblica é proposicional em natureza; ela ensina uma verdade proposicional. Proposições são lógicas, com importantes combinações de palavras que declaram alguma coisa. Elas possuem o significado das sentenças declaradas. A verdade da Escritura não está "em meio", "acima", ou "além" das palavras, ou somente na mente do intérprete. Nem estão as palavras secretamente simbolizadas, insinuando alguma verdade mais "elevada" ou "profunda". Pelo contrário, a verdade de Deus repousa no significado lógico e organização que as palavras possuem. Nem numerologistas, nem poetas, nem aqueles que vêem códigos acrósticos na Escritura que compreende a Escritura. A verdade de Deus vem via o nosso entendimento das proposições da Escrituras conforme as regras ordinárias da gramática e da lógica (que estão presentes na Escritura). Por isso, a Bíblia não contém paradoxos lógicos.

Extraído de W. Gary Crampton, By Scrypture Alone, p. 78

Cristianismo é uma cosmovisão

O Cristianismo é uma religião, histórica em sua origem, e que pretende repousar na revelação divina. Mas, ainda que não seja um sistema científico, nem uma filosofia, contudo, tem uma cosmovisão própria, a qual se mantém aderida firmemente, tanto no que se refere ao seu postulado fundamental de um Deus pessoal, santo e que se revela, como pelo seu conteúdo como uma religião da Redenção.

Extraído de James Orr, Concepción Cristiana de Dios e el Mundo, p. 14

quinta-feira, agosto 10, 2006

General Thomas J. "Stonewall" Jackson


"As minhas convicções religiosas ensinam-me a sentir-me tão seguro na batalha como em minha cama. Deus fixou o tempo da minha morte. Não me preocupo comigo além do que preciso, mas sempre estou pronto para tudo o que possa acontecer-me. Esta é a maneira como todos os homens deveriam viver, e todos seriam igualmente bravos."

Nota do tradutor: o general Thomas J. "Stonewall" Jackson morreu por um disparo acidental de um soldado de sua própria tropa em 1863, durante a trágica Guerra Civil Americana. Foi enterrado na Igreja Presbiteriana em Lexington, no estado da Vírginia. A biografia do general foi escrita pelo teólogo presbiteriano Robert L. Dabney num livro com o título de Life and Campaigns of Lt. General Thomas J. Jackson.

O "reigrejar" do Pentecostes

Com o derramamento do Espírito, o qahal, o povo de Deus consolidado no Antigo Testamento, chegou a ser a ekklesia, o corpo de crentes constituído pelos “chamados de fora” no Novo Testamento. Esta transição histórica, redentora, reflete tanto a continuidade como descontinuidade com o passado.

No Pentecostes a igreja não nasceu, senão que renasceu. Teve lugar à atualização. A humanidade renovada estava amadurecendo. Todavia, a história da igreja como povo de Deus retrocede ao passado, ao começo, ao chamado daquela primeira comunidade humana de “passear com Deus na viração do dia”, e de ser seus mordomos no meio da criação. Como resultado da queda, como imagem de Deus nos “desigrejamos”. Então Deus interveio com a sua graça para “reigrejar” a humanidade caída por meio da linhagem dos crentes Sete, Enoque, e Noé. Com o chamado de Abraão começou a existir a fase da igreja do Antigo Testamento, como um povo escolhido para preparar o cominho do Messias que viria. Por isso, Israel é a oliveira original de Deus. Mesmo que algumas de suas ramas tenham se perdido, a raiz ainda vive. Nessa raiz recebe a vida (Rm 11:17-21).

Com o Pentecostes os gentios compartilham das riquezas do “bem comum de Israel”. Porque Cristo derrubou “o muro da separação da inimizade” entre judeus e gentios, criando assim “uma nova humanidade no lugar de duas”. Agora, todos têm “acesso no Espírito ao Pai, e são “membros da família de Deus”, um “templo santo no Senhor”. Esta grande reunião se baseia em fundamentos lançados no testemunho conjunto dos apóstolos e dos profetas (Ef 2:11-22). Por isso, Estevão podia falar da presença de Cristo “na igreja no deserto” (At 7:38). Esta igreja do deserto bebeu da “Rocha espiritual... e a Rocha era Cristo” (1 Co 10:4).

Extraído de Gordon J. Spykman, Teologia Reformacional - un nuevo paradigma para hacer la dogmática, p. 468

terça-feira, agosto 08, 2006

Toda a Escritura é inerrante

Aqueles que negam a inerrância dos autógrafos originais da Escritura, e se esforçam em introduzir esta concepção da Crítica Bíblica, reivindicam a base nos padrões de Westminster. Nós propomos apresentar que a Confissão de Westminster ensina que as Escrituras em sua primeira forma, assim como procederam dos profetas e apóstolos, foram livres de erros em todas as suas partes, tanto segundárias como primárias.

Extraído de William G.T. Shedd, Calvinism: Pure & Mixed, p. 132

O verdadeiro arrependimento

O arrependimento não é mera tristeza pelo pecado, nem é um mero remorso. É uma tristeza divina que inclui um elemento de ódio pelo pecado e uma determinação em abandoná-lo e viver uma vida santa.

Extraído de D.Martyn Lloyd-Jones, Por qué lo permite Dios?, p. 17