sexta-feira, novembro 23, 2007

Devemos nos arrepender do pecado de Adão?

O cristão, de fato, lastimará a culpa do primeiro pecado de Adão, mas não se arrependerá dele. Todavia, da corrupção da natureza, da concupisciência e dos desejos desordenados do nosso coração é nosso dever arrependermos, sentirmos vergonha por eles, entristecermos e indispormos contra eles, assim como de toda transgressão atual; por que isto é culpa somente nossa, (imputada), mas também o nosso próprio pecado.

Extraído de Robert L. Dabney, Lectures on Systematic Theology, pág. 654

quarta-feira, novembro 14, 2007

A necessidade na providência de Deus

Dentro da providência de Deus há operações de necessidade lógica por meio de implicações lógicas, e existem operações de necessidade mecânica por causalidade física. Estes fatos não são contraditórios com a providência de Deus que se estende-se a cada detalhe. O que é necessário lógica ou mecanicamente também o é dentro dos decretos e da providência de Deus.

Extraído de J.Oliver Buswell, A Systematic Theology of the Christian Religion, págs. 171-172

quarta-feira, novembro 07, 2007

Santificação progressiva

Santificação é definida como a obra do Espírito Santo em que somos renovados todo o homem à imagem de Deus, e somos capacitados mais e mais morrer para o pecado e viver a justiça. Tão breve como enfático, pode-se dizer que ela é uma progressiva conformidade de todo o ser humano à natureza Divina.

Octavius Winslow, The Work of the Holy Spirit, pág. 112

sábado, outubro 27, 2007

Teologia como um ato de adoração

A religião, o temor de Deus, precisa antes de tudo ser o elemento que inspira e motiva toda a investigação teológica. Ela necessita ser o pulso desta ciência. Um teólogo é uma pessoa que audaciosamente discursa acerca de Deus, porque ele fala por Deus e para Deus. Professar a teologia é realizar uma santa atividade. Ela é uma ministração sacerdotal na casa do Senhor. Ela é em si mesma um serviço de adoração, uma consagração da mente e do coração em honra ao Seu nome.

Extraído de Herman Bavink, The Doctrina of God, posfácio.

quarta-feira, outubro 24, 2007

A ressurreição e o Pentecostes

A ressurreição não é somente o selo de aprovação de Deus sobre o passado, mas, também é o firme fundamento de tudo o que ocorreu depois, começando explosivamente com o Pentecostes.

Extraído de Gordon J. Spykman, Teologia Reformacional, pág. 463

segunda-feira, setembro 24, 2007

A doutrina da ordenação na Assembléia de Westminster

Ordenação é o ato solene de chamar publicamente um oficial, em que os presbíteros da igreja, em nome de Cristo, e para a igreja, por um sinal visível, designam a pessoa, e ratificam a sua dedicação para o seu ofício; com oração e abençoando os seus dons para a ministração.


Extraído de John Lightfoot, Journal of the Proceedings of the Assembly of Divines (London, 1824), p. 115 citado por Brian Schwetley, A Historical and Biblical Examination of Woman Deacons (texto não publicado) consultado: www.reformedonline.com/view/reformedonline/deacon.htm em 07/03/2007.

sexta-feira, setembro 21, 2007

O ensino de Cristo acerca da pessoa divorciada

Pode-se presumir que a proibição de Cristo de se contrair um segundo casamento para a mulher que se divorciou de seu marido (Mc 10:12) e, a proibição similar de Paulo (1 Co 7:11) com referência a uma mulher separada de seu esposo tem ambas que ver com casos em que a causa do divórcio, ou separação não foi o adultério, ou o abandono irremediável. Em tal caso a mulher deve reconhecer o seu pecado ao causar a separação e, se é possível, deve retornar a sua relação matrimonial original. Ela não pode contrair segundo casamento a não ser que o seu marido tenha rompido o matrimônio por outra união.

A regra em Mt 5:32 e em Lc 16:18 que ensina que um homem que se casa com uma mulher divorciada deve ser considerado como adúltero, parece ser muito raro à luz da estipulação mosaica de que a mulher divorciada que “saiu da sua casa [de seu primeiro esposo], poderá ir e se casar com outro homem” (Dt 24:2). Não é possível pensar que Cristo contradiria a lei mosaica ou que instruiria em contraste sem oferecer algum comentário quanto a isto. Recordando o princípio de que não temos o ensino bíblico sobre qualquer assunto até que examinemos todas as passagens pertinentes, devemos observar que o contexto mosaico disse que se o segundo marido se divorcia da mulher envolvida, o seu primeiro marido não tem liberdade de recebê-la de volta como esposa. O propósito óbvio desta lei é de proibir um promíscuo intercâmbio de esposas. Sendo que Cristo se referia diretamente à lei mosaica pode-se supor que as suas observações sobre o casamento de uma mulher divorciada sejam tomadas como uma alusão a Dt 24:3-4, e não como uma contradição de Dt 24:2. Isto seria perfeitamente claro nas circunstâncias em que ocorreram os diálogos de Cristo sobre o tema.

Extraído de James Oliver Buswell, Jr.,
A Systematic Theology of the Christian Religion, vol. 1, págs. 389-390

sábado, setembro 15, 2007

Moralidade e verdade

Não existe uma antítese entre verdade intelectual e moralidade como superficialmente algumas mentes imaginam. Uma mentira, que é a negação da verdade, é imoral. Ela é pecado por pensar incorretamente. Quando uma pessoa pensa que é proveitoso roubar, ou quando alguém dos antigos raciocina que eles poderiam livrar-se do desgosto por sacrificar a um ídolo, a sua falsa opinião era pecado. Não pode existir tal coisa como moralidade, a menos que existam verdadeiros princípios morais. Moralidade depende da verdade.

Extraído de Gordon H. Clark, The Johannine Logos, págs. 68

quinta-feira, setembro 06, 2007

A tarefa do teólogo

O teólogo reformado, todavia, edifica esta ordem de apresentação sobre o fundamento de que todo o conhecimento de Deus é fruto de Sua revelação. Então, o dogmático precisa primeiro determinar o que Deus nos dá a conhecer acerca de Si mesmo, e assim, que tipo de relacionamento existe com o Deus que criou o homem, e qual relacionamento o homem mantém com Ele agora, e finalmente o que Deus tem realizado e revelado para a Sua glória e para o eterno fim do homem, e também a maneira pela qual o Senhor de acordo com o Seu soberano beneplácito tem consumado a redenção até a perfeita glória.

Extraído de G.H. Kersten, Reformed Dogmatics, vol. 1, p. xv

Definição de Teologia Sistemática

É o estudo metodológico da Bíblia que analisa a Escritura Sagrada como uma completa revelação, em distinção das disciplinas de Teologia do Antigo Testamento, Teologia do Novo Testamento e Teologia Bíblica, as quais se aproximam das Escrituras como uma revelação progressiva. Deste modo, o teólogo sistemático analisa as Escrituras como uma revelação completa, buscando entender holisticamente o plano, propósito e a intenção didática da mente divina revelada na Sagrada Escritura, e organizar este plano, propósito e intenção didática de modo ordenado e apresentação coerente como artigos da fé cristã.

Extraído de Robert L. Reymond, A New Systematic Theology of the Christian Faith, p. xxv-xxvi

O segundo princípio da Dogmática

Deus fala de si e para si mesmo. Ele é o sujeito e o predicado de todo o seu discurso. quando declaramos que Deus fala, poderíamos ser cuidadosos em enfatizar que o seu discurso é eternamente perfeito e que não está limitado pelas imperfeições do tempo e da mudança, assim como é o discurso humano. De eternidade a eternidade Deus expressa a inteira plenitude de sua infinita mente e ouvimos as suas palavras.

Extraído de Herman Hoeksema, Reformed Dogmatics, vol. 1, págs. 25

Inerrância das Escrituras

Os escritores sacros foram movidos e inspirados pelo Espírito Santo, envolvendo tanto os pensamentos, como a linguagem, e que eles foram preservados livres de todo erro, fazendo com que os seus escritos fossem plenamente autênticos e divinos.

Extraído de William G.T. Shedd, Dogmatic Theology, vol. 1, pág. 72

terça-feira, agosto 28, 2007

A certeza da salvação e justificação

O mundo calvinista estabeleceu, com base na doutrina da Assembléia de Westminster, que a certeza da esperança não é parte essencial da fé salvadora; para que muitos crentes pudessem ser justificados ainda que não tenham esta segurança: e possam permanecer por muito tempo sem ela; mas, ainda assim, uma certeza infalível fundamentada na comparação do seu coração e vida com a Escritura, e o ensino e a luz do Espírito Santo, por meio da Palavra, é o privilégio e deve ser o alvo de todo verdadeiro cristão.

Extraído de Robert L. Dabney, Lectures on Systematic Theology, pág. 702

segunda-feira, agosto 27, 2007

A influência do sistema calvinista

O sistema de Calvino é reflexo de sua mente - severa, grande, lógica, ousada - para elevar-se às alturas; contudo, humilde em retornar sempre às Escrituras como sua base. Fundamentando-se no trono de Deus, Calvino percebe tudo à luz do decreto eterno divino. O homem em seu estado de pecado perdeu a sua libertade espiritual e o poder de fazer algo que seja verdadeiramente bom, ainda que Calvino admita livremente a existência da virtude natural, e a atribua à operação da divina graça, inclusive em seu estado não regenerado (Institutas II. 2. 12-17). A providência de Deus governa e abrange tudo, tanto o natural como o espiritual. Tudo o que acontece é o iluminar do conselho eterno. Tudo o que é atraído ao reino de Deus, o é por um ato livre da graça, e ainda assim a omissão dos não salvos deve ser atribuída a uma origem na vontade divina eterna, por mais misteriosa que seja. A vontade de Deus, deste modo, contém em si as razões últimas de tudo o que existe. Não é arbitrária, mas, uma vontade santa e boa, ainda que as razões do que ocorre na realidade no governo do mundo nos sejam inescrutáveis.

A comunidade de sua Igreja se extende a muitos países. O seu sistema entra como um ferro no sangue das nações que a receberam. Levantaram-se os huguenotes franceses, os puritanos ingleses, os escoceses, os holandeses, os da Nova Inglaterra; gente valorosa, livre e temente a Deus. Prostrando o homem diante de Deus, mas exaltando-o novamente na consciência de uma libertade, nascida de novo em Cristo; mostrando a sua escravidão por causa do pecado, mas restaurando-o na liberdade mediante a graça; guiando-o para que veja todas as coisas à luz da eternidade, contribuiu para formar um tipo vigoroso, mas nobre e elevado de caráter, criou uma raça que não se intimida em levantar a cabeça diante dos reis.

Extraído de James Orr, El Progreso del Dogma, pág. 233

quarta-feira, agosto 22, 2007

Circumincessio

A Escritura apresenta uma sensível avaliação entre as diferenças entre as Pessoas da Trindade e o Seu mútuo envolvimento, e eu necessito dizer mais a respeito deste último assunto. Circumincessio, circumcessio, circumssion, perichoresis, e coinherence são termos técnicos para a mútua relação das Pessoas: o Pai no Filho, e o Filho nEle (Jo 10:38; 14:10-11, 20; 17:21); e ambos no Espírito, e o Espírito nEles (Rm 8:9). Ver Jesus é ver o Pai (Jo 14:9), porque Ele e o Pai são um (10:30). Após Jesus deixar a terra, ele "viria" no Espírito para estar com o Seu povo (14:18).[1]

Todas as três Pessoas estão envolvidas em todas as obras de Deus da Criação.[2] Como temos observado o Pai (Gn 1), o Filho (Jo 1:3; Cl 1:16), e o Espírito (Gn 1:2; Sl 104:30) estão envolvidos na obra da criação. O mesmo é verdade quanto à providência, e, do mesmo modo a redenção o juízo final. Isto não significa que as três Pessoas atuam da mesma forma nestes eventos. O Pai, e não o Filho, enviou Jesus ao mundo para redimir o Seu povo; o Filho, e não o Pai, ou o Espírito, incarnou para morrer sobre a cruz pelos nossos pecados. De fato, no momento da morte, Ele estava, do mesmo modo misterioso, desamparado pelo Seu Pai (Mc 15:34). O Espírito, e não o Pai nem o Filho, veio sobre a Igreja com poder no dia de Pentecostes (enviado pelo Pai e pelo Filho [Jo 14:15-21]), apesar do Filho vir à nós pelo Espírito.

De acordo com 1 Pe 1:1-2, o Pai é o único que predetermina, o Filho é o único que asperge o sangue, e o Espírito é o único que santifica. Esta é uma generalização acerca das diferentes tarefas das Pessoas da Divindade: o Pai planeja, o Filho executa e o Espírito aplica. Mas, de acordo com Pedro não existe aqui a descrição de uma precisa divisão da obra. Ele reconhece que todos os eventos exigem a concorrência de todas as três Pessoas.

Notas:
[1] Relembrando que Jesus também compara a mútua habitação dos membros da Trindade com (1) o habitar das pessoas da Divindade nos crentes, e (2) a unidade dos crentes uns com os outros (Jo 17:21-23). De fato, estas são analogias, e não identidades, pois não podemos saber exatamente como Deus é. Mas podemos apoiar um ao outro, e assim glorificar um ao outro, como os membros da Trindade fazem. Para mais implicações deste princípio para a vida cristã veja o meu artigo "Walking Together" no site http://www.thirdmill.org/, Online Magazine 1:17-18 (21 e 28 de Junho e 4 de Julho de 1999).
[2] Existe a opera ad extra na tradicional terminologia, ou seja, as obras de Deus que estão terminadas fora Dele. Há também atos que Deus realiza internamente em Seu Ser (opera ad intra) nos quais somente uma das Pessoas está envolvida, como a geração do Filho pelo Pai. Discutirei posteriormente este assunto.

Extraído de John M. Frame, The Doctrine of God, págs. 693-694

terça-feira, agosto 14, 2007

O conhecer a Deus

Como a majestade de Deus ultrapassa em si mesma a capacidade do entendimento humano e inclusive lhe é incompreensível, temos que adorar a sua grandeza mais do que examiná-la para que não nos encontremos afligidos com tão grande percepção. Por isto devemos buscar e considerar a Deus em Suas obras, às quais a Escritura chama, por esta razão, de "manifestações das coisas invisíveis" (Rm 1:19-20; Hb 11:1), pois nos manifestam o que de outro modo não podemos conhecer do Senhor.

Extraído de Juan Calvino, Breve Instrucción, págs. 10-11

sexta-feira, agosto 10, 2007

Perseverança em Paulo

Paulo, basicamente, ensina uma espécie de permanência dos cristãos escolhidos por Deus, e chamados pela fé em Jesus Cristo, com base em sua eleição. Paulo está seguro de que o mesmo Deus que é o autor e doador da salvação, deseja também em amor onipotente, e ininterrupta fidelidade, completar até o fim a salvação daqueles que foram eleitos e chamados por Ele, e que em Cristo pela fé, demonstram o seu comportamento fundamental. (...) A coragem e a consistência das epístolas de Paulo caracterizam a sua visão de permanência na salvação em sua própria vida, e não há nenhum resultado claro ou importante que evidencie o contrário.

Extraído de Judith M. Gundry Volf, Paul & Perseverance: Stayind In and Falling Away, pág. 286-287

quarta-feira, agosto 08, 2007

O que é fé salvadora?

A fé salvadora é a obra de Deus no pecador que foi eleito, regenerado e chamado, e por meio dela o pecador é enxertado em Cristo e recebe e apropria-se de Cristo e todos os Seus benefícios, confiando nEle no tempo e por toda eternidade.

Extraído de Herman Hoeksema, Reformed Dogmatics, pág. 62

sábado, agosto 04, 2007

A Igreja Católica é a Igreja verdadeira?

É certo que somos pecadores e abundam os vícios entre nós, e que muitos de nós caimos freqüentemente e desfalecemos muitas vezes; todavia, a vergonha me impede ter o atrevimento de vangloriar-me (até onde a verdade o permite) de sermos melhores que vocês e isto em todos os aspectos. Contando que não pretenda, porventura, exceptuar a Igreja Católica Romana, formosíssimo santuário de toda santidade, a qual uma vez aberta as cortinas das janelas e, desfeitas as barreiras da autêntica disciplina e pisoteada a honestidade, está tão transbordante de toda espécie de maldades que com grande dificuldades poderá se achar em toda a história um exemplo semelhante de tão grande abominação.

Extraído de Juan Calvino, Respuesta al Cardenal Sadoleto, pág. 53

quinta-feira, agosto 02, 2007

A bondade de Deus

A observação que intenciono firmar é esta: - a pura e perfeita bondade é uma prerrogativa somente de Deus. A bondade é uma perfeita escolha da Divina natureza. Este é o verdadeiro e genuíno caráter de Deus; pois, Ele é bom, Ele é bondoso, bom em Si mesmo, bom em Sua essência, bom no mais alto grau, possuidor de tudo o que é mais agradável, excelente e desejável. O mais alto bem, porque Ele é o primeiro bem: Deus é de tudo o que é mais bondoso; de tudo o que é mais verdadeira bondade em alguma criatura, é uma semelhança de Deus. Todos os nomes de Deus são compreendidos em Sua bondade. Todos os dons, todas as variedades de bondade são contidas nEle como um bem comum.

Extraído de Stephen Charnock, The Existence and Attributes of God, vol. 2, pág. 215

quarta-feira, agosto 01, 2007

A segurança do sistema presbiteriano

Em nenhuma parte do Novo Testamento encontramos alguma referência para a designação de somente um presbítero, ou apenas um diácono, para realizar uma tarefa. A nossa tendência seria nomear um líder, mas a sabedoria de Deus é superior a nossa. Ao nomear várias pessoas para trabalhar juntas, a igreja, sob a direção de Deus, facilitou a motivação mútua entre aqueles que compartilham o trabalho, assim como diminuiu o risco do orgulho e a tirania no cargo.

Extraído de James M. Boice, Foundations of the Christian Faith, pág. 632

quarta-feira, julho 25, 2007

Arrependimento e remorso

Judas sentiu profundo remorso por ter traído Jesus. Ele se sentiu como um perfeito miserável acerca do que havia feito. Contudo, ele foi e se enforcou. Ainda que ele tenha sentido remorso em ter “traído sangue inocente” (Mateus 27:4), toda a sua tristeza estava centrada em si mesmo. Na verdade ele não se arrependeu, porque senão ele teria imediatamente buscado o perdão do Salvador. O seu sentimento foi simplesmente o remorso de alguém que repentinamente se horroriza daquilo que fez. Sim, ele se entristeceu: a sua tristeza envolveu o que fez, e a tristeza pelas conseqüências. Mas, foi só isso.

Extraído de Calvin Knox Cummings, Confessing Christ, págs. 34-35.

sábado, julho 21, 2007

A regeneração é irrevogável

A natureza da mudança efetuada na regeneração é uma garantia suficiente de que a vida implantada será permanente. A regeneração é uma transformação radical e sobrenatural da natureza interna, mediante a qual a alma é vivificada espiritualmente, e a nova vida implantada é imortal. Visto que esta mudança ocorre na natureza interna, ela está situada numa esfera sobre a qual o homem não possuí controle. Nenhuma criatura possuí liberdade de mudar os princípios fundamentais de sua natureza, já que isso é prerrogativa de Deus, como criador.

Extraído de Loraine Boettner, La Predestinación, p. 157

sexta-feira, julho 20, 2007

A contínua ação do Espírito no salvo

É uma inferior e indigna avaliação da sabedoria do Espírito Santo e da Sua obra no coração [humano], supor que Ele comece a obra agora e, logo em seguida a abandone; que a centelha vital do nascimento celestial seja um ignis fatuus, ardendo por um pouco e, depois expirando em total escuridão.

Extraído de Robert L. Dabney, Lectures in Systematic Theology, p. 692

A causa da Perseverança dos salvos

Deus não foi induzido a dar a sua graça ao pecador, em primeira instância por haver visto algo meritório, ou atrativo no pecador que se arrepende; portanto, a subseqüente ausência de todo bem no pecador não pode ser um motivo novo para que Deus retire dele a sua graça. Quando Deus conferiu a sua graça ao pecador, ele sabia perfeitamente que o pecador era totalmente depravado e odiável; portanto, nem a ingratidão, nem a infidelidade por parte do pecador convertido pode ser motivo que induza a Deus de mudar de opinião, ou seja, para retirar sua graça. Deus disciplinará tal ingratidão e infidelidade retirando temporariamente o seu Espírito, ou suas misericórdias providenciais; mas se o seu propósito desde o princípio não fosse de suportar tais pecados e perdoá-los em Cristo, ele não teria sequer chamado ao pecador. Em outras palavras, as causas pelas quais Deus determinou conferir o seu amor eletivo ao pecador se encontram totalmente Nele, e não no crente; conseqüentemente, nada no coração, ou na conduta do crente pode finalmente alterar esse propósito divino.

Extraído de R.L. Dabney, Lectures in Systematic Theology, p. 690-691

A causa e efeito na Perseverança dos salvos

O amor soberano e imerecido é a causa do chamamento eficaz do crente (Jr 31:3; Rm 8:30). E como a causa é imutável, o efeito também o é. O efeito é a contínua comunicação da graça ao crente em quem Deus começou uma boa obra.

Extraído de R.L. Dabney, Lectures in Systematic Theology, p. 690

segunda-feira, julho 09, 2007

Uma era pós-Protestante

Vivemos hoje (por assim dizer, e, eu sinto remorso em dizer a verdade) numa era pós-Protestante. O interesse espiritual da Reforma está longe de ser um interesse. Um atitude materialista e uma filosofia humanista caracterizam a nossa civilização. Como Nietzche disse "Deus está morto". Esta é uma era de crescentes guerras e crimes. Assassinato e estupro ocorrem em público, nas ruas, nos metrôs e os cidadãos de New York recusam-se envolver. Legisladores estão abolindo a punição capital: e em vez de punir o criminoso, o estado reabilita-o, de modo que em sete anos o assassino recebe liberdade condicional, às vezes voltando a matar. Tais são os resultados do liberalismo, de se banir Deus e a ética cristã das escolas públicas, de se negar a Bíblia, os seus milagres e a sua salvação. Sob estas condições um retorno à Lutero e Calvino, um retorno ao Protestantismo, um retorno à Bíblia poderia não ser o pior fato imaginável.

Extraído de Gordon H. Clark, Essays on Ethics and Politics, pág. 103

terça-feira, junho 19, 2007

Batismo infantil: um meio de graça

O Batismo administrado ao menino fortalece estes pensamentos [de consagração] nos pais e na Igreja, e determina as normas da educação cristã segundo a pedagogia do pacto. Em torno do menino, ainda completamente dependente dos demais e, do meio em que vive, cria-se um clima de graça e amor do qual ele é o beneficiário imediato. Por isso, cremos poder afirmar que isto é uma forma direta pela qual o seu batismo é imediatamente um meio de graça para ele. Pouco a pouco, o menino assumirá independência, refletirá nestas coisas; necessitará de muito tempo - talvez deva esperar ser pai -, para ter consciência dos benefícios que recebeu, e ser agradecido, apreciando até que ponto foi marcado e enriquecido, desde os primeiros dias de sua vida, pelo cuidado que foi objeto por parte de quem lhe educou na fé e nas promessas do pacto, significadas e seladas em seu próprio batismo.

Extraído de Pierre Ch. Marcel, EL BAUTISMO - Sacramento del Pacto de Gracia, p. 231

sábado, junho 16, 2007

Novas revelações e o Nono Mandamento

Deus condena a mentira espiritual de modo muito mais severo do que nenhuma outra espécie de mentira. Da mesma maneira, aqueles que se declaram mestres dos demais serão julgados de uma forma muito mais estrita (Tg 3:1). Esta é a época do absolutamente instantâneo e, que não se contentam com a tarefa de aplicar as questões dos nossos dias ao estudo da revelação da Escritura de Deus, pois existem muitos que preferem as novas e imediatas profecias. Algumas são entregues na primeira pessoa [eu declaro], como se fosse o próprio Deus quem estivesse falando. Grande parte de tudo isto é falso, e resulta em algo muito grave porque se confronta com a condenação deste Mandamento: "não dirás falso testemunho contra o teu próximo" (Êx 20:16). Uma coisa é dar a nossa opinião sobre os acontecimentos vindouros, e outra muito diferente é reinvindicar uma autoridade divina para a nossa imaginação.

Extraído de Brian H. Edwards, Los Diez Mandamientos para hoy, p. 319

quarta-feira, maio 30, 2007

Ética absoluta

A ética está em conformidade com certos padrões, princípios e leis. Ela pressupõe e tacitamente assume que existe um padrão, uma lei acima de um ser ético, e que este ser ético está obrigado a ser e agir em conformidade com este padrão.

Extraído de Herman Hoeksema, Reformed Dogmatics, vol.1, p. 132