sábado, agosto 12, 2006

As duas naturezas de Cristo

Nos versículos iniciais da maior de suas epístolas o apóstolo Paulo apresenta-nos os dois lados do ser do nosso Senhor com perfis claros para a nossa compreensão. Reduzido a seus termos inferiores, o que nos diz aqui é que por um lado de seu ser, o nosso Senhor era o "Filho de Davi", e pelo outro lado era o "Filho de Deus". Estes dois lados do ser os chama respectivamente de "segundo a carne" e "segundo o Espírito de santidade" que pode ser parafraseado de modo breve, respectivamente, como o humano e o divino. Mas, não nos permite que concluamos que estes dois lados do ser de nosso Senhor eram igualmente originais nEle. Pelo contrário, nos declara que o lado humano tinha um começo histórico, enquanto que o divino conhecia somente um estabelecimento histórico: o nosso Senhor feito - veio a ser (genómenos) - da semente de Davi, segundo a carne; foi "designado" - marcado como (horisthéntos) - o "Filho de Deus" pela ressurreição dos mortos. Fazendo-se homem, trouxe a vida e a imortalidade à luz, e deste modo se mostrou mais do que homem, e não menos do que o "Filho de Deus". A exaltação humana mais elevada é a messianidade, mas a sua messianidade era o lado inferior da sua majestade. Para que pudesse ser o Messias teve que descer do seu estado prévio de glória divina. Assim claramente o apóstolo apresenta o nosso Senhor como essencialmente o "Filho de Deus", e esta filiação de Deus como essencialmente consubstancial com Deus.

Extraído de B.B. Warfield, El Señor de la Glória, pp. 246-247

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